No
artigo “A morte de Décio Sá e os desafios
da Democracia”, publicado no jornal “O Estado do Maranhão”, edição de
domingo último (dia 06 de maio de 2012), destaca-se, pelo certeiro e
irretocável diagnóstico, o seguinte trecho:
“O brutal assassinato de Décio Sá logo estará
no esquecimento, lembrado quando outra vítima ocupar os espaços da mídia e
estimular a sensibilidade midiática das autoridades para medidas enérgicas e
punições exemplares. Mas, por isso, não lhes levemos apontar o dedo sem
perguntar a nós mesmo se temos sido cidadãos, porque, na Democracia, o poder é
do povo, que tem liberdade de manifestação, de opção, de fiscalização de ação.”
O
autor, doutor Carlos Nina, um dos mais brilhantes advogados do Maranhão, cuja
notória inquietação e inconformismo diante das injustiças do dia a dia e dos
descalabros institucionais que grassam aqui e alhures transformou-o, aos olhos
dos advogados mais jovens, em intransigente defensor do velho e bom Estado
Democrático de Direito, convida-nos a todos, com o seu lúcido e oportuno
artigo, a uma profunda reflexão sobre tão importante e preocupante tema.
Nas
Democracias, ousamos acrescentar ao texto de Carlos Nina, é imperioso o
exercício (pleno!) da cidadania, em cujo bojo, obviamente, não há espaço para
qualquer tipo de acomodação. O engajamento precisa ser total. Engajamentos pela
metade, sabe-se há muito, geram cidadãos pela metade!
Façamos,
cada um, portanto, nossa mea culpa,
pondo o dedo diretamente na ferida. Independentemente da forma como o
jornalista Décio Sá exercia o seu honroso mister, vale dizer, independentemente
da nossa opinião sobre a maneira como
ele se conduzia em seu trabalho, o que realmente importa, nesse caso, é que, ao
eliminarem-no, pretenderam eliminar um dos pilares fundamentais do Estado
Democrático de Direito, que é a liberdade de expressão.
Que a exortação de
Carlos Nina cale fundo em nossas consciências e que a ele nos associemos, com o
mesmo sentimento de indignação, para que esse caso não caia no esquecimento.
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